Tu, oh filho de David, que és fonte
De águas vivas, videira de doce néctar,
Sopro de vida nos jardins e no monte,
Arrebatastes meu coração de âmbar.
Tu, que és do Líbano cedro altivo,
Alvo como as colunas de puro marfim,
Amo e senhor que te quero cativo,
Não desvias teus olhares de mim,
Da tua língua destilas puro mel,
E dos teus lábios de romã partida,
Ampara e edifica meu broquel.
Oh! venturoso hebreu, me convida.
Já despi a túnica me banhei em leite,
Nos teus olhares, sou pérola de colar.
Oh !hebreu se apresse e me aceite,
De corolas abertas sou um nenúfar.
Amado meu, que pastoreias entre os lírios,
Segue a liteira noturna, rompe as portas de Sião,
Apascenta minh´alma que de delírios,
Anda vagando na imensidão.
Te busquei, amado da minha alma,
Rodeando cidades, ruas e praças.
Na recâmara que me concebeu sem calma,
Entalhei de pedrarias as minhas taças,
T´espero amado, com os cabelos orvalhados,
Ondeantes como de Gileade o rebanho,
Nos meus seios que te tenho preparados
Gotejando aromáticas flores do banho