Meu diário de bordo

terça-feira, 6 de agosto de 2019

Camisa de Força

Sangra meus olhos, outra vez e mais uma,
Enterra vivos os sonhos que só você conhece!
Há muito são moucos seus ouvidos à prece
Que eu ainda desajeitada desfio uma a uma.

Apoio sobre as mãos as mesmices que me sobra,
Na arte reescrevo um pouco do que ainda restou.
Chama-me  ingrata, pois insolente ainda eu sou,
Onde eu venço fica a cicatriz do quanto me cobra.

Rasga o meu tempo em desafios angustiantes,
Para eu preencher todo meu mísero espaço,
Eu me debato cansada nas suas rédeas rutilantes.

Dá-me pernas e o infinito, me castre no seu laço,
Sufoca meus desejos todos, sem atenuantes.
Mata meus anseios e seca também meu abraço!

Bendita semente

Ainda hoje brilha a estrela de David
Para quem puder vê-la dentro de si,
Aquela que trouxe o salvador ao mundo;
Muito mais que brilho: o sentido profundo.

A mesma estrela que guiou o Nazareno;
Pode-se ver em toda noite de sereno
Muito além da luz da vida que irradia
Tem as bênçãos do Mestre da sabedoria.

Repousa nos braços da imaculada,
A maternidade de todas as mulheres
Cada uma, pelo Filho de Deus ungida.

Bendito todo fruto pela estrela guiado
E que toda semente  seja bendita,
Nascida de um ventre santificado.