angélica t. almstadter
o anjo dorme sem asas
não é mais tão puro
um dia ele foi azul
foi doce e sereno
o anjo aprendeu mentir
chora mais que sorri
tem os pezinhos sujos
o olhar distante
suas pequenas mãozinhas
se esfregam aflitas
...conhece agora o medo
a tristeza de sentir-se humano
domingo, 11 de janeiro de 2009
As pipas
Angélica T. Almstadter
Sonhos coloridos voam
cortando o azul do céu
livres como os pés sujos
e descalços que os conduzem
sorrisos povoam as bocas
olhinhos brilhantes assistem
a dança das rabiolas
formando desenhos imaginários
contando histórias únicas
nascidas da beleza de ser
comandante de um pássaro
abaixo da imensidão
os sonhos sufocam
a alegria dos pezinhos
que correm pisando
pedriscos pela vida afora
Sonhos coloridos voam
cortando o azul do céu
livres como os pés sujos
e descalços que os conduzem
sorrisos povoam as bocas
olhinhos brilhantes assistem
a dança das rabiolas
formando desenhos imaginários
contando histórias únicas
nascidas da beleza de ser
comandante de um pássaro
abaixo da imensidão
os sonhos sufocam
a alegria dos pezinhos
que correm pisando
pedriscos pela vida afora
segunda-feira, 5 de janeiro de 2009
Alter ego
Angélica T. Almstadter
no espelho dessa mágoa
sorri um retrato em preto e branco,
há flores levemente perfumadas
pintadas nas mãos brancas do lado de cá.
foi o vento quem soprou novas palavras,
que não ousaram quebrar o cristal
para encontrar meus dedos afoitos;
escorreram molhadas pelo veio
a desaguar no rio do esquecimento.
está lá, olhando -me sem expressão
o mesmo olhar duro
que ora sorri, ora dorme
tentando enxergar além de mim
o eu sem história pra contar.
no espelho dessa mágoa
sorri um retrato em preto e branco,
há flores levemente perfumadas
pintadas nas mãos brancas do lado de cá.
foi o vento quem soprou novas palavras,
que não ousaram quebrar o cristal
para encontrar meus dedos afoitos;
escorreram molhadas pelo veio
a desaguar no rio do esquecimento.
está lá, olhando -me sem expressão
o mesmo olhar duro
que ora sorri, ora dorme
tentando enxergar além de mim
o eu sem história pra contar.
Trilhas
Angélica T. Almstadter
Atrás da retina; lembranças.
Nos lábios o gosto úmido do beijo,
Ilusão desvanecida
Bem guardada.
Preciosa jóia brilha
Só para meus olhos
Sem ontem,
Tão pouco amanhã.
Os passos vão lépidos
E a estrada encurtando;
Na mochila da memória
Cochilam sonhos
Tão meus e de mais ninguém.
Atrás da retina; lembranças.
Nos lábios o gosto úmido do beijo,
Ilusão desvanecida
Bem guardada.
Preciosa jóia brilha
Só para meus olhos
Sem ontem,
Tão pouco amanhã.
Os passos vão lépidos
E a estrada encurtando;
Na mochila da memória
Cochilam sonhos
Tão meus e de mais ninguém.