Angélica T. Almstadter
no espelho dessa mágoa
sorri um retrato em preto e branco,
há flores levemente perfumadas
pintadas nas mãos brancas do lado de cá.
foi o vento quem soprou novas palavras,
que não ousaram quebrar o cristal
para encontrar meus dedos afoitos;
escorreram molhadas pelo veio
a desaguar no rio do esquecimento.
está lá, olhando -me sem expressão
o mesmo olhar duro
que ora sorri, ora dorme
tentando enxergar além de mim
o eu sem história pra contar.
Um comentário:
Que texto incrível, Angélica.
Acho que as festas de final de ano nos fazem olhar mais atentamente para os retratos antigos... Também fiz isto e o que ví, também virou um poema.
Que 2009 seja um ano mais colorido para todos nós!
Beijos
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