quinta-feira, 20 de agosto de 2015
intimidade
No vão dos seios uma nota nua.
A lira refeita e aceita.
O júbilo do encontro,
Que mora dentro do desencontro.
O tatear macio da lua,
Que passeia na cama desfeita;
Sorriem dispostas as alianças,
Os laços refazendo os pedaços.
Agora sim, os astros se enchem
de esperança,
E a música passeia em arrepios
Na alva tez;
Procura a brandura dos cios
Refletida na timidez
Dos olhos semi cerrados.
Silêncio pelo medo que nasceu,
No jardim dos poucos pecados.
Os lábios entreabertos cheirando
a erva doce,
De pronúncia carregada, a fala
descompassada.
Conta do zelos, e provoca a ansiedade.
O corpo febril resvala nos segredos,
Sequioso se contorce em súplicas.
E vão-se as horas por entre os dedos;
Confusas na intimidade,
Por lembranças únicas.
O sorriso esboça a alegria artificial,
Que se encolhe calada,
Banhada de suor e lágrimas.
A fonte de energia vital,
Tomba cansada,
Abraçada as lástimas.
domingo, 9 de agosto de 2015
Vigília
Teus olhos estatelados nos meus;
Anoiteceram, quando amanhecia.
Muitas vezes a mesma pronúncia;
Engoliu minha boca molhada de sede,
Sem interrogações...
Ouvi o silêncio da mente em repouso,
Seguido de frases confessas.
Eram as horas de Deus,
Ou refúgio da sabedoria?
Comprimida no pensamento, a renúncia,
Intrincada como uma rede,
Sem explicações...
Na minha alma quieta...um pouso,
Muitas lembranças pregressas,
O sorriso calmo dos camafeus,
O instante exato ...e a magia.
Tateei com a planta dos pés, a terra molhada,
Ave-semente que em ti se eterniza,
E brota de mim na relva suada,
Sem humilhações...
Na taça sem limite, o nardo escorre;
Doce pranto, no brinde da sacerdotisa
Mansamente coberta de aurora,
A noite enfim...morre...
Nas constelações...