Meu diário de bordo

sábado, 5 de dezembro de 2015

Teu olhar



Depositaste teus olhos tristes
no meu colo atrevido,
e bem antes do fim do dia
antes de provar minha libido;
tranquei meus limites.
Não deixaste fogo da paixão,
nem promessa de fantasia;
não me viste...

Longe do contorno das luzes
no abraço ligeiro da canção,
só me sabias um poço de sonhos,
desejos loucamente risonhos.
Com olhares na via cruces
apalpei tua imaginação
e não me viste...

Dentro do teu olhar
o meu se espelhou triste
balançou, marejou
oceano de mágoas represado,
meu olhar sem diques
explodiu...
e nem me viste...

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Não mesmo!



A necessidade me trouxe a superfície
O desgaste me leva ao fundo
As palavras me mordem ao acaso
Beliscam a língua que desgoverna
E antes prefiro criar caso
A pertencer a servidão moderna

A ser um cordeiro enfileirado
Prefiro uma forca no pescoço
A ter o grito amordaçado
Pago para ser o caso
Tenho opinião e me permito
Emití-la sem reservas
Não sigo gabarito

Nunca me inclua em badernas
O respeito é meu mito
E sei do alcance das minhas pernas.

Já era



Um dia te amei sem freios
Mais do que podia a razão
Teu nome tatuei nos seios
Acho que perdi a noção

Não foi amor, foi carência
Que encheu meu peito de ousadia
De me meter nessa experiência
De amor banhado de euforia

Mas eu amei com muito gosto
Sem travo e  sem pudor
E nenhuma ruga no rosto

Hoje que tudo é saudade
Nem paixão, nem mais amor
Respiro ares de oportunidade

Frágil

 

Era um sonho de anseios encharcado
Acordou um dia seco como a prece
Destas que se faz em pecado
E a conexão não se estabelece

Era um sonho patético
Desses que carece alforria
Que se debate como epilético
Privação de sentido e agonia

Afogou-se na secura racional
Das pseudos paixões dominantes
Que sem cura margeia o emocional

Nasceu de uma aventura delirante
Sem solo fértil perdeu a raiz principal
Morre como brotou, num instante

Eu sou, eu fui, eu serei




Trago por dentro tempestades severas
Ventos uivantes de muitas eras
Tenho a necessidade urgente das chuvas
O sabor refrescante das uvas

Gosto muito dos dias amenos
Dores e desafetos de menos
Atalhos no meio do caminho
Pensar e divagar sozinho

Não me lanhe o bom senso
Ele reflete o que eu penso
Embora eu brique de filosofar
Leve a sério  o meu pensar

Sou um amontoado de belezas
Confusas estações ilesas
Caprichos comuns da natureza

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

intimidade


No vão dos seios uma nota nua.
A lira refeita e aceita.
O júbilo do encontro, 
Que mora dentro do desencontro.

O tatear macio da lua,
Que passeia  na cama desfeita;
Sorriem dispostas as alianças,
Os laços refazendo os pedaços.

Agora sim, os astros se enchem
 de esperança,
E a música passeia em arrepios
Na alva tez;
Procura a brandura dos cios

Refletida na timidez
Dos olhos semi cerrados.
Silêncio pelo medo que nasceu,
No jardim dos poucos pecados.

Os lábios entreabertos cheirando 
a erva doce,
De pronúncia carregada, a fala
 descompassada.
Conta do zelos, e provoca a ansiedade.

O corpo febril resvala nos segredos, 
Sequioso se contorce em súplicas.
E vão-se as horas por entre os dedos;
Confusas na intimidade,
Por lembranças únicas.

O sorriso esboça a alegria artificial,
Que se encolhe calada,
Banhada de suor e lágrimas.
A fonte de energia vital,
Tomba cansada,
Abraçada as lástimas.

domingo, 9 de agosto de 2015

Vigília


Teus olhos estatelados nos meus;
Anoiteceram, quando amanhecia.
Muitas vezes a mesma pronúncia;
Engoliu minha boca molhada de sede,
Sem interrogações...

Ouvi o silêncio da mente em repouso,
Seguido de frases confessas.
Eram as horas de Deus,
Ou refúgio da sabedoria?
Comprimida no pensamento, a renúncia,
Intrincada como uma rede,
Sem explicações...

Na minha alma quieta...um pouso,
Muitas lembranças pregressas,
O sorriso calmo dos camafeus,
O instante exato ...e a magia.
Tateei com a planta dos pés, a terra molhada,
Ave-semente que em ti se eterniza,
E brota de mim na relva suada,
Sem humilhações...

Na taça sem limite, o nardo escorre;
Doce pranto, no brinde da sacerdotisa
Mansamente coberta de aurora,
A noite enfim...morre...
Nas constelações...

sexta-feira, 17 de julho de 2015

Outro tempo



Olhando pelo espelho vejo o passado bem nos meus olhos; brilhando, pulsando quase querendo sair. Talvez eu não deva mesmo esquecer por isso ele insiste em me  mostrar  que é pra eu nunca esquecer que fui verdadeiramente feliz.
Sim eu fui criança um dia , eu não nasci desse tamanho, nem velha! Lá vem uma dose nada econômica de nostalgia. Nessa época não havia computador, nem celular, nem tablet e eu sequer tinha televisão em casa, mas como era divertido o meu dia, lembro-me de passagens pitorescas brincando de rodar pneu na rua com meus irmãos, andando de carrinho de rolemãs, de patinete, brincando de queimada, pic esconde, mocinho e bandido etc.
Vale lembrar que nesse tempo a gente podia ter revólver de brinquedo e por mais que parecesse com o do Roy Rogers não dava pra confundir com um de verdade.
Gente quando me lembro que até de rezar missa a gente brincava, penso que se fosse hoje com o policiamento do politicamente correto não nos faltaria uma enxurrada de críticas e castigo.
Quando não estava na rua, estava brincando de boneca que podia até ser de papel! Era divertido a beça; pegava fotos de revista e montava uma casa e ali passava horas entretida.
Desenhava também minhas próprias bonecas e muitas roupinhas para ela trocar, sapatinhos, botas como aquelas que eram vendidas e eu não tinha, mas eu sempre  queria uma variedade de roupas, gorros, bolsas e coisas diferentes por isso criava.
Aprendi a ler e escrever muito cedo porque sempre fui muito curiosa, tinha 4 anos quando ganhei meu primeiro caderno de caligrafia e lembro-me que ficava na beiradinha da máquina de costura da minha mãe, enquanto ela costurava, fazendo exercícios que ela me passava. Nessa mesma época também ganhei meu primeiro caderno de desenho; outra paixão da minha vida; era daqueles cadernos grandes, grossos e com folhas de papel de seda entre as folha, um luxo! Foi Seu João, ele que era pintor e amigo da família quem me deu, não sei se pintava em paredes, mas eu me lembro do caderno, dos desenhos e dele com muito carinho, ele tinha muita paciência ao me ensinar o que certamente me estimulou muito.
Posso citar mil brincadeiras e diversões, e de que adianta se as crianças de hoje nem ligam 
pra isso?
Acho que fui meio moleca porque aprendi a empinar pipa, jogar bolinha de gude, bater bafinho, rodar pião também pudera tenho 3 irmãos  e 2 com quase a mesma idade. Quando olho pra trás eu vejo quanto eu fui feliz, que variedade de coisas tinha pra fazer e o melhor; variedade para criar porque mesmo que não tivesse com que brincar a gente inventava.
             Lembrando Casimiro de Abreu:
             Oh! que saudades que tenho
             Da aurora da minha vida
             Da minha infância querida
             Que os anos não trazem mais.

Fim da linha


Quando digo que estou cansada, não quero dizer  físicamente; estou cansada de uma canseira sem cura; afinal já percorri a estrada toda e já estou fazendo o caminho de volta.
A estrada na ida nos distrai com tantos atrativos e nós ainda estamos vigorosos, cheios de sonhos e expectativas vamos céleres sem que os tropeços e dificuldades nos molestem.
Ah! A caminhada de ida é tão interessante, a gente não sabe exatamente onde vai dar , mesmo quando muitas pessoas tentam nos mostrar, não enxergamos porque o próprio caminho é o que mais importa.
Quando a gente é jovem vale trapacear mesmo que seja com a gente mesmo. Temos sede de novidades, de viver e aproveitar cada segundo, parece que a juventude nunca vai acabar ou no mínimo demorar para acontecer.
Mas cá estou eu fazendo o caminho de volta e com a cabeça meio perdida sem saber como será essa volta.
Um dia a gente se levanta da cama e percebe que vai fazer uma viagem e que não vai precisar de mala , que só levaremos o que está dentro da gente; que tudo que acumulou, comprou não pode levar. E é impressionante como juntamos coisas, livros e tralhas de todas as espécies físicas e emocionais. Mas na hora que você nota que está no caminho de volta nada disso tem mais importância. 
Todos tem que fazer o caminho de volta, uns mais cedo, outros mais tarde e há ainda os que voltam sem querer e aliás voltar é a única certeza que temos nessa vida. 
Portanto, já que estou com o pé na estrada vou voltar com classe, aproveitar a paisagem, tomar cuidado com as intempéries, tropeços e assim percorrer com mais tranquilidade a kilometragem que resta.

sem nexo


Carrego mais de meio século de angústias que nesse exato momento se chocam com a imperfeição da minha paciência. Aquela usina que recarrega as minhas energias, a mesma que me faz ser tão urgente, já não abastece com a mesma presteza a minha já tão escassa inspiração.
Sinto o engasgo das palavras que não escrevo, o sufoco abafado no peito que dói sem remédio e a mão abobada segue inerte diante do papel alvo.
Passo dias com a cabeça borbulhando pensamentos, alinhavando idéias que morrem sem alcançar a droga do teclado. Na rua rabisco flashs em retalhos rotos que acabam espalhados pelas bolsas sem qualquer significado.
Minha cabeça lateja, o peito vai somando dias e dias de tortura nesse casulo infame; represada e aprisionada em mim e por mim.
Sou nesse instante um amontoado sem graça de vocábulos adormecidos, uma porção de verbos mudos.
Quanto mais me procuro mais me exilo de mim. Quanto mais eu me embrenho nessa escuridão mais eu me afasto dos meus passos.
Não existe praticidade na vida de um poeta, não existe caminho curto.
Quando as angústias não explodem das veias pra nascerem poemas ou prosas... Morre um poeta e agoniza um ser humano...

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Silêncios ( Duetando com TT)

Silêncio
Angélica T. Almstadter

Um silêncio invadiu o ar
Silêncio total...não de sons
Não silêncio de ausência
Silêncio vazio de palavras
Silêncio gelado a respingar
Desmaiado de cores de tons
Silêncio de convivência
Um silêncio gritante
Uivando em meus corredores
Silvo insinuante
Rasgando minhas dores
Outra vez...silêncio...
Não era o silêncio da solidão
Era um silêncio novo
Que apertava o coração
Gemia e se contorcia
Estava instalado
O silêncio de afasia
Espalhado por todo lado
Calou a minha voz
Caminhou sereno
No meio de nós
Silêncio inteiro e pleno
Manso e até sensato
Silêncio anunciado
Previsto
Revisto
Silêncio sem aparato
Agonia
Embolia
Silêncio infernal
Silêncio letal...

*******

branco vazio silêncio 
Maria Thereza Neves

perdi o encanto 
em mil faces 
no branco  vazio silêncio 
perdi letras 
poemas 
e cores. 
  
perdi o encanto 
em mil ecos 
no branco vazio silêncio 
perdi músicas 
sons 
e sonhos. 
  
perdi o encanto 
em mil vidas 
no branco  vazio silêncio 
em chuvas que lavam ruas 
arrastam memórias nuas, 
cruas. 
  
perdi o encanto 
em mil lágrimas 
no branco  vazio silêncio 
em  gotas 
que rolam almas. 
  
perdi o encanto 
em mil desencantos 
no branco  vazio silêncio. 

_____________________
JF/MG-2003
(Direitos Reservados)

****

Sem encanto
Angélica T. Almstadter

Sem encanto segue a vida
A alma chora sem compostura
Chôro sem censura
A dor que entra remida

Quase solene me lanço
Tecendo e sangrando
A dor que alcanço
Desabando...

Sem encanto
Meu corpo branco, brando
Deságua alvo pranto
Desencanto...

Silêncio branco
Dores duras...escuras
Amor sacrossanto
Lágrimas puras...

Deita-me mortalhas
Muito à carpir
Silêncios e falhas
Sem sorriso pra sorrir...


*****

Silêncio ! 
Maria Thereza Neves
   
Silêncio !
Não creio mais na história 
 no tempo 
 na memória 

quieta 
parada dentro de mim 
 pensamentos errantes 
emoções confusas 
buscando sonhos 

 sonhos doloridos 
recordações 
apegos que agitam 

 inércia 
serena 
pacífica 

pureza em movimentos suaves 
 caminho do eterno  
que se arrasta numa corrente 

em ondas  
existência, vida, natureza 

consciente da consciência 
observando  instantes  

profundo eu 
 fecundando nova alma 

****

Silêncio...
Angélica T. Almstadter

Silêncio aflito
Refletido nas paredes
Escorrendo em desafio
Contrito...

Silêncio nos murais
Crepitando nos castiçais
Em febre adunca
Reclusa...confusa

Silêncio marginal
Real ...total
Doendo nas vértebras
Sem quebras...

Silêncio profundo
Navalha de corte
Margulho fundo
No vazio de morte

Silêncio encantado
Pontilhado
Bendito e abençoado
Humilhado

********

O Teu Silêncio !
Maria Thereza Neves


Tua voz some . 

Teu silêncio cresce . 

Restam murmúrios de ausências 

dos ventos 

das ondas do mar. 

Ironia do universo que flutua 

fala 

grita 

e não cala!

***

O meu silêncio
Angélica T. Almstadter

Meu silêncio cresce
Anoitece
Em prece
Esvanesce

Silêncio de sentir
Ferir
Florir
Explodir

Meu silêncio grita
Medita
Acredita
Explicíta

Meu silêncio sai de cena
Condena
Serena
Dá pena...

Não acorde meu silêncio
Ele quer dormir
Mitigar
Digerir
Sangrar

********

Que o silêncio não doa
Maria Thereza Neves
   
Que o silêncio não doa
magoe
finde  sonhos
Que  imagens
não se  percam
apaguem!
Que meus poemas guardem lembranças
saudades
esperanças
expressando puro sentimento
 energia vibrante
cheiros ,odores, flores
sabores
colhendo conchas
bebendo estrelas
nadando  luas
voando ventos
doçura celeste
dissolvendo sorrisos
existindo em si por si
 leveza suave nas asas ,
dos sonhos,
do adeus. 

*****

Silêncio bardos
Angélica T. Almstadter

Lava meus olhos baços
Enfeita-me a face triste
O que persiste
Em se fazer em pedaços

Não colhi as flores
Não abraçei as poesias
Que pendia dos amores
Em gotas frias

Lavei em perfumes
Os olhares perdidos
Nas noites dos ciúmes
Pra fazerem esquecidos

Os silêncios bardos
Que brilham nos versos
Tantos e tão pardos
Pobres...dispersos
Agonizam cansados
Estilhaçados...
*******
Ecos do  Silêncio ! 

Maria Thereza Neves


Muito além das nuvens
muito além do tempo
muito além do hoje!

Os ecos do passado, calaram
fu-ra-ram   montanhas,   rochas
ul  tra  pas  sa  ram       fronteiras
não deixaram, registraram palavras
marcas,sinais.

Sumiram.

Não ouço mais nada!

Neste silêncio cego, mudo
caminho por novos horizontes
ao som da música

Muito além das nuvens 


muito além do hoje

muito além  dos Ecos do  Silêncio ! 

Rasura

Não importa o meu existir
ainda assim cai a noite, chove
indiferente ao meu sentir;
nada que me confirme ou prove.

não cede o ventre que me gerou,
nego o ventre que também gerei;
muito pouco de mim sobrou
nada continuará do que plantei.

Palavras, medos e alguma emoção,
de herança, nada deixo de consistente;
a vida é feita de pele gravada na razão

Essa não juntei, faltou habilidade.
Amoldada à vivência retrátil
rasurei -me na sensibilidade.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Sem sons


Acordei sem versos, sem sinfonia de sons
só alguns estilhaços do meu pós -mortem
bailando na lágrima dos meus olhos parados.
Me peguei dedilhando rígidas consoantes sonsas,
intercaladas de vogais átonas e sem certezas.
Tudo que eu queria era um grito interminável,
estridente carregado de cores e significados;
mas senti os punhos pesados, as pupilas cansadas.
Me deixei abater pelo cinza carregado
que esfumaçou  minha única vidraça.
Aqueci os dedos na chama oscilante que me alumia
para secar o frio das juntas enregeladas;
Tamborilei com esforço palavras amorfas
mas tudo que consegui foram sons abafados
falanges trincadas ecoando no silêncio de mim.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Ah, poesia!!

A poesia me ama incondicionalmente
Comigo se deita; me faz ninar
Mima meus sonhos tolos
Clareia o despertar do meu dia
Ela e só ela conhece meus anseios
Meu coração de atropelos
Apara cada uma das minhas lágrimas frias
Descortina sorrisos nunca antes despertados
Esse frisson inexplicável
Que tece dias de agonia
É o mesmo que cerze os retalhos da minha vida
A poesia é o ventre que acolhe meu corpo estilhaçado
Nos longos dias de algesia
Embala meus sonhos amordaçados
E é sim o mesmo anjo que move meus passos desajeitados

Solenidade

A taça de veneno a mim recomendada
Foi servida em doses inexatas
Coalhada de cacos coloridos
Em bandejas de sóbria euforia
Um fio de sarcasmo
E uma pitada de aflição
Completam a taça oferecida
Que aceitei no ato da concepção
Eu a sorvo como iguaria
Junto a tantos desgraçados
Que na mesma festa de humilhação
Ousaram comparecer ao ato da homilía

Por que eu canto?



A dor congela quando canto
A poesia é a cura da minha insanidade
Há loucos que pintam, que correm, que voam
A cada um o instrumento que lhe cabe na razão
Enquanto entôo cantos de aflição
Meu céu é azul e o cheiro de mar me inavade as narinas
É como um bálsamo mitigando as feridas
Como oração ofertada à alma
O freio da loucura instalada
Calça e veste meus dias de afobação

Antes a loucura bem acompanhada
Que a razão sufocando a alegria de ser livre
Como e bebo letras encharcadas de emoção
Para embriagar uma vida inteira
Danem-se os tolos que não experimentaram a aventura de viver
Não tropeçaram na euforia da insanidade
Pobres bastardos, deserdados da beleza
Não aprenderam ter o passe livre no sal dessa terra de provação