Meu diário de bordo

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

Hebreu II

 Tu, oh filho de David, que és fonte

De águas vivas, videira de doce néctar,

Sopro de vida nos jardins e no monte,

Arrebatastes meu coração de âmbar.

 

Tu, que és do Líbano cedro altivo,

Alvo como as colunas de puro marfim,

Amo e senhor que te quero cativo,

Não desvias teus olhares de mim,

 

Da tua língua destilas puro mel,

E dos teus lábios de romã partida,

Ampara e edifica meu broquel.

Oh! venturoso hebreu, me convida.

 

Já despi a túnica me banhei em leite,

Nos teus olhares, sou pérola de colar.

Oh !hebreu se apresse e me aceite,

De corolas abertas sou um nenúfar.

 

Amado meu, que pastoreias entre os lírios,

Segue a liteira noturna, rompe as portas de Sião,

Apascenta minh´alma que de delírios,

Anda vagando na imensidão.

 

Te busquei, amado da minha alma,

Rodeando cidades, ruas e praças.

Na recâmara que me  concebeu sem calma,

Entalhei de pedrarias as minhas taças,

 

T´espero amado, com os cabelos orvalhados,

Ondeantes como de Gileade o rebanho,

Nos meus seios que te tenho preparados

Gotejando aromáticas flores do banho

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