esse oco que me apavora
retém os olhos nas oscilações
me procuro e só encontro indagações
que aos poucos me devora
engasgo com a rima mal feita
perdi as palavras no vão da porta
e suspiro por uma ou outra morta
nenhuma me é hoje a eleita
ainda no espelho me procuro
do estanho só vejo a transparência
que acusa de mim, eterna ausência
poesia latente em estado bruto
sufocada em revelações marginais
morro nos meus verbos mais abissais
2 comentários:
Em nossa literatura, raro encontrar-se na poesia esses versos profundos e completos.
Com todos seus "escondidos", tem uma beleza singular a produção poética de Angélica Almstadter.
Parabéns, poetamiga!
Beijos do,
José Calvino
Recife
Poesia bruta, poetisa refinada!
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