Suspira dentro da boca sinuosa,
Um turbilhão de inconfessos desejos.
Agoniza o beijo que a alma revira
Num apelo tímido de tantos ensejos.
Queimam-lhe as noites de castidade
Enquanto cavalga solitária sua paixão,
Que de tão cruel devora-lhe a fidelidade
E aos trancos macera-lhe o coração.
Seu dia boceja tão bêbado quanto insone,
Arrasta-se inerme crivada de poesias
A arderem fundo como se fora fome.
De pupilas dilatadas e o peito arquejante
Sua vida é escorrida em fiapos sem serventia,
Ainda assim, as vezes, galopa esfuziante.
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