Custa-me confessar o corpo em desalinho
esparramado sobre o leito quente,
o ventre abrasado e sem carinho
sabendo-lhe insone e a carne dormente.
Sussurrar seu nome não me atrevo
ainda que o tenha apertado entre os dentes;
é loucura eu sei, e não posso, não devo,
padeço então como fazem os dementes.
Posso ouvir a chamar-me seus gemidos
convidando-me o corpo ensandecido
à revirar-me no leito aos gritos
numa noite inteira de amor pervertido.
Confesso sem pudor: o desejo me queima
o corpo pede e insiste; a cabeça diz não e teima.
Um comentário:
Confissões são sinais de capitulações. Bonito de se ver e de se fazer!
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