Estou cuspindo marimbondos
andando de senho derrubado
pés querendo comer kilômetros
Estou amarga pelos cômodos
a alma no corpo chumbado
concebendo logros aos metros
Estou andando em círculos fechados
pisando brasas, lambendo fogo
numa distância insuportável de ser
Estou menos viva e mais rude
suplicando que a solidão me abrace
nas noites e dias que fujo de viver
Fui aquém de mim, além do que pude,
e para a covardia não há disfarce
então, morro ou mato esse sofrer
Estou cuspindo marimbondos
não de fogo; de ferrões em brasa
que me saem queimando pela boca
Palavras rasgando a garganta
e outras tantas que não desentalo
envenenando-me até o talo
Um comentário:
Achei incrível a imagem do marimbomdo queimando na garganta, Angélica... Veneno e brasa.
Sei como é... :) Beijos.
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