incensos carnais
angélica t. almstadter
16.09-05
nas lâminas dos meus olhos
tenho a presa dominada
corre um rio escasso de seculares medos
nesse fio da tempera afiada
em rituais hereges ofereço
vida e morte abraçadas
taças derramando flores
e pétalas de lágrimas bordadas
nas vértebras brancas
beijada será a virgindade
até o amanhecer,
limpa e pateticamente guardada
junto aos lábios intactos
queimam os incensos carnais
refugiados dos olhares tolos
entre sedas e rendas
à luz da chama que oscila
em comunhão com a lua
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