o que me deste senão
o perceber de um corpo
que se arrasta em dores,
um gênio abominável,
mãos vazias e pés trôpegos?
deste-me também uma distância
monótona e incômoda
que ora se traduz em amor exponencial
ora em uma enorme culpa vivencial
o que me prostra a vagar
sem achar o prumo da razão
e não me recolhes novamente
ao ventre de ilusões
para que eu me insurja diariamente
me contorcendo ante os horrores
dessa utopia chamada vida
6 comentários:
Angélica
Parece que quando chove, ou o dia fica cinza, a dor aumenta em nós, numa razão (razão?) exponencial. Mas amanhã faz sol...
Belíssimo, intenso e angustiante poema existencial.
beijo.
Também, mas repare que na agonia as palavras nos acham com mais facilidade, rs. Beijokas
Surpreendente descobrir de uma alma intensa, uma poetisa completa, deslumbrante. Uma mulher que se percebe forte e marcante.
Descobrir deste especial espaço, de onde falta a coragem de sair. Vou linkar teu espaço no almatua para que meu acesso ao seja imediato. Beijo de um campineiro perdido pelo centro-oeste.
Oi,
grato por "seguir" o Balaio. Vi, no seu perfil, que você tem uma preferência toda especial por filosofia, o que deve se refletir, provavelmente, no outro blogue de sua responsabilidade. Mas ficarei nesse (vez por outra, darei uma olhada no outro): a poesia me interessa de modo particular. Voltarei com calma.
Um abraço.
Belissimo poema querida Poeta e amiga do coração!
Intenso, forte, sensivel e fantástico!
Meus aplausos!
Beijos meus!
Angélica,
Quando vc é densa assim, eu fico perplexo e inspirado. Apesar de ser um poema "dolorido" traz uma nuance de força, de que as letras conjugadas podem exprimir o indecifravel.
bjos
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