Nas minhas veias corre um sangue estabanado
Que se impacienta com a rotina
Nem vermelho nem azul; tem gosto salgado
Amortece e acalenta qual morfina
Circula sem freios e sem direção
Esse sangue adoentado
Acelera e mata sem concessão
É quente esse sangue desordenado
Dá vida e agonia sem perdão
Essa vida entubada nas veias
Letal infortúnio da criação
O aluvião que em mim passeia
Exuma o corpo, mata a razão
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