E se cava trincheiras todos os dias...
nessa guerra de inimigos tolos...
de desejos insanos...de utopias
disputadas na roleta russa...
Mata -se e morre-se em cada página
virada...em cada fim de frase...
em cada conversa mal dirigida...
Soma-se olho no olho descrenças...
vagas acusações...e a lâmina
afiada atravessa sem pudor a alma
que ousa ser livre...
admitir jamais que possa ter voz
aquela que cresceu em rédeas curtas...
E onde entra o altar de oferendas,
o altar das juras e dos louvores...
se banal tornou todo o arsenal de palavras,
e quase tudo perdeu a graça diante
do que não se mistura...não carece de explicações...
Luta desigual...onde não há ganhadores nem os perdedores são
definitivos...
Há um tempo de guerra de palavras...guerra de gestos...guerra de vaidades...de poder...mas a guerra entre a superação e a derrota é árdua
e é travada diariamente sem armas...sem palavras...pela força...pela vontade...entre a carne e o espírito...
Volita o espírito...se alternando com
o corpo que rasteja...preso as amarras
e nessa guerra insana...onde os rasgos
se tornam feridas expostas...
a realidade se faz medida
em cada passo...
Enquanto não se vence a guerra,
enquanto somos inimigos de nós mesmos
nosso ego continua a fazer estragos...
e a carne supera de longe o espírito
que se debate entre um jejum e
uma prece...é preciso se munir de
forças...
dia chegará que a escolha será feita...
e cessarão as lutas...
e no vão das palavras...nada ficará
por dizer...que vençam as
atitudes...
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