sinto o peso das palavras
a modulação dos sons
ouço o tilintar das vogais
elas entram-me sem dó
rasgando os silêncios
rompendo portas e janelas
ecoando pelas paredes
ensurdecendo meus ouvidos
calem-se!
quero de volta a mudez
das madrugadas insones
ouvir minha respiração arquejada
meus risos solitários
estatelados pelos espelhos e telas
quero as lágrimas caladas
borrando o rímel
sem lenço nem ombro
voltem para as bocas insossas
para as gargantas fúteis
ao celeiro dos seus desafetos
minha algesia não suporta
tanta sonoridade rebatendo
em zig zag entre minhas arestas
Um comentário:
Angélica,
Mais um poema profundo, o sobe-e-desce da montanha-russa na rotina.
Palavras, ah, as palavras, podem cortar com afagar.
beijos
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