rabiscando saudade
angélica t. almstadter
sem a mesma graça de ontem
sem a mesma mão pousada
os dias correm brancos
um olho cego se deixa a procura
do tempo que passeia nos espaços abertos
dentro de tres paredes
não há mais eco que responda
saiu pela porta sem aceno
pra voltar a qualquer minuto
o caiado amarela sem pressa
ouvindo o sussurro abafado
chovem pétalas nas palavras guardadas
dentro das páginas do novo dia
onde rabiscar tanta saudade?
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