Meu diário de bordo

domingo, 9 de agosto de 2015

Vigília


Teus olhos estatelados nos meus;
Anoiteceram, quando amanhecia.
Muitas vezes a mesma pronúncia;
Engoliu minha boca molhada de sede,
Sem interrogações...

Ouvi o silêncio da mente em repouso,
Seguido de frases confessas.
Eram as horas de Deus,
Ou refúgio da sabedoria?
Comprimida no pensamento, a renúncia,
Intrincada como uma rede,
Sem explicações...

Na minha alma quieta...um pouso,
Muitas lembranças pregressas,
O sorriso calmo dos camafeus,
O instante exato ...e a magia.
Tateei com a planta dos pés, a terra molhada,
Ave-semente que em ti se eterniza,
E brota de mim na relva suada,
Sem humilhações...

Na taça sem limite, o nardo escorre;
Doce pranto, no brinde da sacerdotisa
Mansamente coberta de aurora,
A noite enfim...morre...
Nas constelações...

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