Meu diário de bordo

sexta-feira, 18 de março de 2011

Engasgado


Angélica T. Almstadter

Um sonho engasgado, dormiu no meu peito
Tantas pontas tinha o danado;
Que me fez em tiras, o peito dilacerado.
Dentro desse sonho perfeito,
Guardei desejos desesperados;
A fala rouca, a fina flor exposta
Em camadas mutiladas de saudade.
Doeu tanto que cresceu arranhado,
Apertado e sem proposta.
Quando me acenava de felicidade,
Na poça de sangue derramado;
Brindei com um aceno breve,
Cerzi os rasgos com coragem
E bem antes que recobre a razão,
Me espalho em pedaços na brisa leve;
Meu prenúncio de estiagem,
Recheado com acessos de solidão.

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