Meu diário de bordo

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

A Porta

 Angélica T. Almstadter

Antes que atravesse essa porta
Saiba que perdi o senso
Depois que estrangulei minha aorta
Não me cobre consenso
Cansei de tanto juízo
Desse  comportamento adequado
De esconder meu jeito exagerado
Meu pouco siso
Não se espante com essa outra
Que se encontra deste lado
Uma muher risonha e marota
Cheirando a pecado ousado
Cuidado com essa mulher
Que tem um jeito diferente
Que se comporta feito gente
Que sabe o que quer
Respira ares de liberdade
Quando ama é atrevida
E chora de saudade


Essa mulher não foi a que deixou
Nem a que conheceu
Essa é a mulher que amadureceu
Aos poucos desabrochou
Soltou suas amarras
Tem vontade própria
Afiadas garras
Apesar de sóbria
Aprendeu seus limites
Encontrou seu universo
Em cada linha de cada verso
E não aceita mais palpites.

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