Meu diário de bordo

sexta-feira, 17 de julho de 2015

Fim da linha


Quando digo que estou cansada, não quero dizer  físicamente; estou cansada de uma canseira sem cura; afinal já percorri a estrada toda e já estou fazendo o caminho de volta.
A estrada na ida nos distrai com tantos atrativos e nós ainda estamos vigorosos, cheios de sonhos e expectativas vamos céleres sem que os tropeços e dificuldades nos molestem.
Ah! A caminhada de ida é tão interessante, a gente não sabe exatamente onde vai dar , mesmo quando muitas pessoas tentam nos mostrar, não enxergamos porque o próprio caminho é o que mais importa.
Quando a gente é jovem vale trapacear mesmo que seja com a gente mesmo. Temos sede de novidades, de viver e aproveitar cada segundo, parece que a juventude nunca vai acabar ou no mínimo demorar para acontecer.
Mas cá estou eu fazendo o caminho de volta e com a cabeça meio perdida sem saber como será essa volta.
Um dia a gente se levanta da cama e percebe que vai fazer uma viagem e que não vai precisar de mala , que só levaremos o que está dentro da gente; que tudo que acumulou, comprou não pode levar. E é impressionante como juntamos coisas, livros e tralhas de todas as espécies físicas e emocionais. Mas na hora que você nota que está no caminho de volta nada disso tem mais importância. 
Todos tem que fazer o caminho de volta, uns mais cedo, outros mais tarde e há ainda os que voltam sem querer e aliás voltar é a única certeza que temos nessa vida. 
Portanto, já que estou com o pé na estrada vou voltar com classe, aproveitar a paisagem, tomar cuidado com as intempéries, tropeços e assim percorrer com mais tranquilidade a kilometragem que resta.

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