Meu diário de bordo

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Silêncios ( Duetando com TT)

Silêncio
Angélica T. Almstadter

Um silêncio invadiu o ar
Silêncio total...não de sons
Não silêncio de ausência
Silêncio vazio de palavras
Silêncio gelado a respingar
Desmaiado de cores de tons
Silêncio de convivência
Um silêncio gritante
Uivando em meus corredores
Silvo insinuante
Rasgando minhas dores
Outra vez...silêncio...
Não era o silêncio da solidão
Era um silêncio novo
Que apertava o coração
Gemia e se contorcia
Estava instalado
O silêncio de afasia
Espalhado por todo lado
Calou a minha voz
Caminhou sereno
No meio de nós
Silêncio inteiro e pleno
Manso e até sensato
Silêncio anunciado
Previsto
Revisto
Silêncio sem aparato
Agonia
Embolia
Silêncio infernal
Silêncio letal...

*******

branco vazio silêncio 
Maria Thereza Neves

perdi o encanto 
em mil faces 
no branco  vazio silêncio 
perdi letras 
poemas 
e cores. 
  
perdi o encanto 
em mil ecos 
no branco vazio silêncio 
perdi músicas 
sons 
e sonhos. 
  
perdi o encanto 
em mil vidas 
no branco  vazio silêncio 
em chuvas que lavam ruas 
arrastam memórias nuas, 
cruas. 
  
perdi o encanto 
em mil lágrimas 
no branco  vazio silêncio 
em  gotas 
que rolam almas. 
  
perdi o encanto 
em mil desencantos 
no branco  vazio silêncio. 

_____________________
JF/MG-2003
(Direitos Reservados)

****

Sem encanto
Angélica T. Almstadter

Sem encanto segue a vida
A alma chora sem compostura
Chôro sem censura
A dor que entra remida

Quase solene me lanço
Tecendo e sangrando
A dor que alcanço
Desabando...

Sem encanto
Meu corpo branco, brando
Deságua alvo pranto
Desencanto...

Silêncio branco
Dores duras...escuras
Amor sacrossanto
Lágrimas puras...

Deita-me mortalhas
Muito à carpir
Silêncios e falhas
Sem sorriso pra sorrir...


*****

Silêncio ! 
Maria Thereza Neves
   
Silêncio !
Não creio mais na história 
 no tempo 
 na memória 

quieta 
parada dentro de mim 
 pensamentos errantes 
emoções confusas 
buscando sonhos 

 sonhos doloridos 
recordações 
apegos que agitam 

 inércia 
serena 
pacífica 

pureza em movimentos suaves 
 caminho do eterno  
que se arrasta numa corrente 

em ondas  
existência, vida, natureza 

consciente da consciência 
observando  instantes  

profundo eu 
 fecundando nova alma 

****

Silêncio...
Angélica T. Almstadter

Silêncio aflito
Refletido nas paredes
Escorrendo em desafio
Contrito...

Silêncio nos murais
Crepitando nos castiçais
Em febre adunca
Reclusa...confusa

Silêncio marginal
Real ...total
Doendo nas vértebras
Sem quebras...

Silêncio profundo
Navalha de corte
Margulho fundo
No vazio de morte

Silêncio encantado
Pontilhado
Bendito e abençoado
Humilhado

********

O Teu Silêncio !
Maria Thereza Neves


Tua voz some . 

Teu silêncio cresce . 

Restam murmúrios de ausências 

dos ventos 

das ondas do mar. 

Ironia do universo que flutua 

fala 

grita 

e não cala!

***

O meu silêncio
Angélica T. Almstadter

Meu silêncio cresce
Anoitece
Em prece
Esvanesce

Silêncio de sentir
Ferir
Florir
Explodir

Meu silêncio grita
Medita
Acredita
Explicíta

Meu silêncio sai de cena
Condena
Serena
Dá pena...

Não acorde meu silêncio
Ele quer dormir
Mitigar
Digerir
Sangrar

********

Que o silêncio não doa
Maria Thereza Neves
   
Que o silêncio não doa
magoe
finde  sonhos
Que  imagens
não se  percam
apaguem!
Que meus poemas guardem lembranças
saudades
esperanças
expressando puro sentimento
 energia vibrante
cheiros ,odores, flores
sabores
colhendo conchas
bebendo estrelas
nadando  luas
voando ventos
doçura celeste
dissolvendo sorrisos
existindo em si por si
 leveza suave nas asas ,
dos sonhos,
do adeus. 

*****

Silêncio bardos
Angélica T. Almstadter

Lava meus olhos baços
Enfeita-me a face triste
O que persiste
Em se fazer em pedaços

Não colhi as flores
Não abraçei as poesias
Que pendia dos amores
Em gotas frias

Lavei em perfumes
Os olhares perdidos
Nas noites dos ciúmes
Pra fazerem esquecidos

Os silêncios bardos
Que brilham nos versos
Tantos e tão pardos
Pobres...dispersos
Agonizam cansados
Estilhaçados...
*******
Ecos do  Silêncio ! 

Maria Thereza Neves


Muito além das nuvens
muito além do tempo
muito além do hoje!

Os ecos do passado, calaram
fu-ra-ram   montanhas,   rochas
ul  tra  pas  sa  ram       fronteiras
não deixaram, registraram palavras
marcas,sinais.

Sumiram.

Não ouço mais nada!

Neste silêncio cego, mudo
caminho por novos horizontes
ao som da música

Muito além das nuvens 


muito além do hoje

muito além  dos Ecos do  Silêncio ! 

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