Meu diário de bordo

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Sem sons


Acordei sem versos, sem sinfonia de sons
só alguns estilhaços do meu pós -mortem
bailando na lágrima dos meus olhos parados.
Me peguei dedilhando rígidas consoantes sonsas,
intercaladas de vogais átonas e sem certezas.
Tudo que eu queria era um grito interminável,
estridente carregado de cores e significados;
mas senti os punhos pesados, as pupilas cansadas.
Me deixei abater pelo cinza carregado
que esfumaçou  minha única vidraça.
Aqueci os dedos na chama oscilante que me alumia
para secar o frio das juntas enregeladas;
Tamborilei com esforço palavras amorfas
mas tudo que consegui foram sons abafados
falanges trincadas ecoando no silêncio de mim.

2 comentários:

Yvonne Falkas disse...

Querida Kika, somente agora estou lendo a tua postagem. Teus versos sempre fortes no coração e na alma. Conheço vários poetas mas ninguém com a força das palavras para dizer o que vai dentro de você. Te admiro demais!!! Beijos sempre, Yvonne

Yvonne Falkas disse...

Querida Kika, somente agora estou lendo a tua postagem. Teus versos sempre fortes no coração e na alma. Conheço vários poetas mas ninguém com a força das palavras para dizer o que vai dentro de você. Te admiro demais!!! Beijos sempre, Yvonne