Meu diário de bordo

domingo, 25 de novembro de 2012

Alucinação




Respiro a solidão que escorre pelas paredes deste quarto 
Habita essa cama enorme e fria 
Em noites de pesado sereno 
Meus olhos baços se debruçam no candeeiro 
De chamas chorosas 
E pinga em gotas quentes a lágrima silenciosa 
Murmurada entre os inconfessos soluços 
Como pequenas labaredas 
Meu olhar desalinhado se perde 
Nas esquinas desta espera 
Meus lábios ressonam 
A poesia cultivada na alma 
Jorrando como rios que correm para o mar 
Bravios, caudalosos apressados... 
No balé do meu olhar sereno 
Mora teu rosto murmurante 
Infinitamente distante.... 
Não te encontro nas dobras dessas lembranças 
Nas encostas deste abismo em que me esgueiro 
Me recolho aos átrios internos 
Cerrado pela censura vital 
Que me espreita caprichosa 
E busca o meu abraço solitário...

Nenhum comentário: