Meu diário de bordo

sexta-feira, 5 de março de 2010

Viver para servir


A rudeza do meu ser tenta se amoldar às pessoas...
ao melhor ângulo do mundo para também aprender.
Não estou aqui para passar despretensiosamente, pela vida;
creio firmemente numa dimensão maior de cada gesto,
de cada aprendizado, como parte do meu crescimento
espiritual e como ser humano, da mesma forma que creio
que não devo me abster de contribuir com o meu quinhão.
Pensando dessa forma tenho observado o mundo
ao meu redor e tenho amado as pessoas como se fossemos
todos verdadeiramente irmãos, porque assim tenho aprendido
ao longo da minha vida, seja por exemplos
colocados à minha frente, seja mesmo
pela minha natureza amante, felizmente.
Embora tenha acuidade suficiente para sentir e entender
o sentimento das pessoas, e embora tenha uma vontade ferrenha
de aprender cada vez mais sobre como se processam
esses movimentos de ida e volta de emoções,
tenho uma enorme dificuldade em aceitar
o que se situa fora dos parâmetros amorosos.
Não tenho sabedoria para lidar com a rejeição,
com ódios e ressentimentos, visto que me sinto
sempre predisposta ao amor, a amizade
ao companheirismo e o bem comum,
por onde quer que eu caminhe.
Dada a imperfeição espiritual que sobejamente
grassa no mundo em que vivemos,
tornam-se incompreensíveis alguns gestos,
como o amor incondicional, puro e sem comprometimento,
a simples cortesia de prestar alguns favores ou delicadezas
no dia a dia, que não onera em nada o
nosso trabalho e a nossa vida.
A descrença total do ser humano em relação
ao outro chega a ser estúpida, não se coaduna
com o que nos é pregado no Evangelho,
e mesmo as pessoas que não têm o Evangelho
como estatuto de vida, têm noções básicas de como
deve ser a convivência no dia a dia, e a convivência
para ser dinâmica e qualitativa deve incluir a troca,
seja de carinho, afeto, amizade e conhecimentos.
Ninguém fica mais pobre se dividir o que lhe sobra
de conhecimento; ninguém fica mais vazio
se distribuir mais calor humano e carinho,
ao contrário, só melhora o mundo ao
seu redor e melhora-se a si mesmo.
Somos todos pedras a sermos lapidadas, e no escorrer
desse rio que é a vida, vamos aparando arestas,
para chegarmos ao nosso destino final.
Passar por essa vida sem sofrimentos é impossível,
entretanto a cada dificuldade vencida saímos melhores
e menos rudes, porque aprendemos um pouco mais.
Meu espírito agregador me impele a sempre me unir
às pessoas com quem me afinizo, entretanto, reconheço
o quanto ainda necessito de aprendizado
e o muito que ainda careço de polimento,
já que meu espírito se ressente e se magoa facilmente
com as coisas mundanas.
Não devemos desistir de buscar sempre um melhor
entendimento, a cada tropeço é preciso se levantar
e olhar adiante e não a pedra que nos atrapalhou
a caminhada, reza a cartilha da boa conduta
e da boa educação que não devemos chutar as regras
e sim entende-las, ainda que precisemos esmiuça-las.
Ninguém passa por esse mundo impunemente,
todos temos aqui muito a aprender, ninguém nasceu pronto.
O convívio com as pessoas, o dia a dia, nas relações
de família, trabalho e lazer nos colocam em situações
de maneira a nos lapidar o espírito.
O ser feliz inclui estar em paz com o mundo
em que nos relacionamos, e cada um de nós
é responsável por um mundo melhor já
que a paz começa dentro de nós mesmos.
O meu ser ainda muito rude me coloca em xeque
em muitas situações, me pede tomada de decisões apaixonadas
e sem reflexão, entretanto meu espírito cristão luta
contra a minha natureza humana, pedindo desesperadamente
que eu aja de acordo com as leis do meu Pai, para
que eu me deixe ser lapidada; afinal essa é a finalidade
para a qual eu vim a esse mundo.
Ainda que eu seja só uma pessoa comum,
cheia de erros, e com poucos acertos,
estou sempre disposta a aprender um pouco
mais, estou sempre me colocando a disposição
dos meus semelhantes para servir, porque
ainda tenho por norma de vida o
Evangelho, e se mais não sei...aprenderei.

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