Meu diário de bordo

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Ilícito


Angélica T. Almstadter
20-05-05
Eu te desejo meu amor ilícito;
Como água para matar a sede.
Eu te desejo assim explícito;
Mentira rabiscada em parede,
Declaração grafitada no muro.
Mas antes de te tornares real,
Antes de te fartares do meu futuro,
Amor do meu encanto ideal,
Prova na minha boca;
O fel e o mel das palavras,
E mata a minha urgência louca
De endoidecer por essas escravas;
Assim quando forrar o meu chão,
Do gozo das noites sem violinos
Só servidas na esteira do coração;
Em júbilo, entoaremos hinos
Despretenciosamente desapegados,
Das dores que rondam os fúteis.
Em mansos serenos seremos imortalizados,
Puros, como não são os volúveis.

Um comentário:

IVANCEZAR disse...

Angélica - apó longo afastamento em virtude de um acidente nas férias, volto ao convívio. Leio este lindo poema que me lembra a saga dos Cátaros, dizimados pela inquisição. Os PUROS entre os cátaros eram chamados PERFEITOS e eles atingiam essa condição depois de haverem esgotado todos os prazeres carnais e mundanos. Eram, portanto, corpos limpos, já experimentados, aptos a compartilhar o verdadeiro amor ... sem volúpias . Beijo !