Meu diário de bordo

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

O sal das doces águas


Águas dançam sob meus pés,
Rolam pela minha face.
Águas deságuam ansiosas
Sobre uma estação febril;
Que aflita se enfia sem ecos
Em intermináveis gozos.
Bailo na volúpia das cores
Entre anjos destronados,
Livre dos beijos marcados;
Presa unicamente à sentença
Da rebeldia dos seres e o vadiar
Da pompa em rituais ritmados.

O gosto de sal na língua,
No visgo do corpo suado.
Arrepio de paixão, luxúria e tesão.
Folia sem trava, fúria de liberdade;
Preparada e curtida em trezentos e sessenta dias
De sobriedade e anonimato.
Descansa no véu da tolerância
A explosão de ousadia encoberta,
A negociação com a angústia;
Que no final das contas
Mistura-se à multidão dos ébrios.

Águas que banham os desejos,
Lavam a alma sem pejo,
Ganham o mundo deslizando;
Aquietem meu coração encharcado
De dores e temores cercado.
Águas salgadas insanas
Permitam que doces águas
Cubram e batizem com a paz
As minhas mazelas humanas.

2 comentários:

Rose Rocha disse...

Querida Poetisa! DEsejo Paz, Amor, Sucesso, HArmonia e que sua poesia continue na dose certa da sua emoçao! Feliz Ano Novo! Um abraço, Rose

nydia bonetti disse...

Poema de lavar a alma. Águas doces virão... Feliz 2010, Angélica!

Beijo.