Meu diário de bordo

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Confesso!

Custa-me confessar o corpo em desalinho
esparramado sobre o leito quente,
o ventre abrasado e sem carinho
sabendo-lhe insone e a carne dormente.



Sussurrar seu nome não me atrevo
ainda que o tenha apertado entre os dentes;
é loucura eu sei, e não posso, não devo,
padeço então como fazem os dementes.



Posso ouvir a chamar-me seus gemidos
convidando-me o corpo ensandecido
à revirar-me no leito aos gritos
numa noite inteira de amor pervertido.



Confesso sem pudor: o desejo me queima
o corpo pede e insiste; a cabeça diz não e teima.

Um comentário:

Clóvis Campêlo disse...

Confissões são sinais de capitulações. Bonito de se ver e de se fazer!