Meu diário de bordo

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Urgência amórfica


Morre em cada frase mal construída
A heterogenia poética da verve solitária,
Que dela se veste como única saída
A morrer de uma possessão imaginária.

Nos espasmos suspiram versos tortos
Onde balbuciam sem estética, sem gramática
Eternizados nas linhas de poemas amorfos,
As palavras de urgência assintomática.

Coisa pouca esparramada no grande vazio,
Adornos usuais desfilando sem memória,
Temores e grandes amores marcados a frio.

Emoções sedentas por uma linha divisória,
Que vire a página sem pedir resgate
Registradas qual óbito na minha história.

3 comentários:

Anônimo disse...

é, maninha, soneto é pra quem sabe
e você se deu bem.
muito bem construído.

tcheros

ah, obrigado pela visita ao bloguinho...

nydia bonetti disse...

Angélica!
Admiro demais os poetas e os poemas lúcidos como este. Que torto, que amorfo, que nada! Pra mim, ele é pleno. Lindo, lindo, lindo...
beijos

Cristiano Melo disse...

Angélica, seu soneto aponta que você cria e cria, formatos e formatos, temas e temas..... a poesia como expressão do que não se sai de dentro.
Beijos.
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