Meu diário de bordo

sexta-feira, 11 de julho de 2008


Loucura?
Angélica T. Almstadter

No balanço das palavras desconexas
Mordo sons entre os dentes apertados
Como compreender o tênue fio
Que traspassa esse portal
Se todas as imagens são complexas
Os sentidos revirados
E estampado no rosto, o riso é vazio
Nada é pouco, e nem tudo é total
Existirá um limiar para razão,
Ou um patamar para loucura?
A inquisição que crucifica
Confere os atos, mas, produz reflexos?
Quando conhecer a sinceridade pura
Como conduzir a censura?
Qual o ato que por si se justifica?
Será que insanidade diferencia sexos?
Onde as dores dessa fé se estancam?
E onde se derramam?
Qual foi o tribunal que cegamente
Assinou com lágrimas a sentença?
Quanto vale essa presença
Que atribui aos olhos vagamente
Um mundo que parece real
O dia a dia repleto de rituais
A entrega silenciosa
E na pira de sacrifícios: a vestal
Despe a alma amorosa
E passeia entre os desiguais
Ou iguais...

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